Villages de Luberon
Ao chegar à Provence fiquei hospedada em Aix-en-Provence. Como não sei dirigir, precisei fazer alguns passeios com uma companhia de turismo local. Este foi meu segundo passeio com eles.
O Parque Natural Regional de Luberon está localizado na mais bela região da Provence. Nele há colinas, florestas, vales verdejantes e lindos vilarejos medievais. Inúmeras plantações de lavanda, oliveiras e amendoeiras também são encontradas.
Luberon é conhecida como uma espécie de paraíso francês e por isso muitos artistas e milionários têm propriedades na região.
Sou uma fã de cidades pequenas e, por isso, estava muito animada com esse passeio. Nossa guia, porém, não se esforçou muito. Meu grupo também não foi dos melhores. Uma das garotas não trocou de lugar, alegando que só podia ir na frente porque passava mal. 🤨
Por isso, se você não é como eu que não sabe dirigir, venha de carro no início do verão. Mas evite os fins de semana porque todos terão a mesma ideia.
Foi um dia longo e passamos por 5 dessas vilas charmosas.
Nossa primeira parada foi L’Isle-Sur-la-Sorgue. A comuna tem esse nome porque parte dela fica sobre o Rio Sorgue, formando uma ilha. Fomos justamente no domingo, dia em que acontece a grande feira de antiguidades, a 3a maior da Europa. Eram 9:00h quando chegamos e já estava cheio. Por isso, talvez, não consegui apreciar sua beleza. Mas passeei pela feira, tentando ver um pouco da cidade e até comprei um vestido. Pela cidade há algumas rodas de moinho usadas há muitos anos para inúmeros fins e que utiliza a energia da água.
Seguimos então para Fontaine-de-Vaucluse, vilarejo onde está a nascente do rio Sorgue. Suas águas são verdes, com muitas plantas aquáticas. Lindo!
Do estacionamento há uma trilha com pouco mais de 1km até a nascente que fica entre as rochas de um morro. No caminho, há uma antiga fábrica de papel (fechada nesse dia) que usa a energia gerada por uma roda de moinho.
Próxima parada: Gordes!
Essa vila fica na encosta de uma colina e no caminho há um local onde paramos para observá-la a distância. Ela é uma das eternas concorrentes ao título de mais bela vila da França.
Outra parada fora da vila é o cartão postal mais famoso da Provence: a abadia de Notre-Dame-de-Sénanque (séc. XII), onde os monges produzem lavanda. As plantações estavam lá, mas as flores não estavam em seu auge. Recentemente, devido a constante invasão por turistas, os monges resolveram cercar a abadia. Mesmo assim é possível tirar boas fotos com um tripé ou pau de selfie.
Finalmente adentramos Gordes com suas construções em tons de creme. Próximo ao estacionamento fica o Château de Gorges, que começou a ser construído em 1031. Os achados arqueológicos na região, porém, mostram que os romanos seriam responsáveis pela criação da vila muitos séculos antes.
Suas ruelas são de pedras e cheias de turistas tão ávidos quanto eu para ver essa joia. Mais uma vez me perdi por ficar admirando as construções. 🙄
Uma hora depois, seguimos para Roussillon. A vila foi construída sobre uma das maiores formações de ocre do mundo e, por isso, suas construções tem tons fortes de marrom, amarelo e ferrugem. A guia nos informou que se aqui em Luberon você deve seguir um esquema de cores quando constrói uma casa. Aqui em Roussillon as cores devem lembrar o ocre.
Eu não tive tempo, mas há uma trilha que passa por uma dessas minas de ocre (Sentiers des Ocres).
Do topo de Roussillon você tem uma bela vista dos morros de ocre avermelhados em contraste com o verde das plantas.
Obs.: ocre é um pigmento estável e usado desde a idade da pedra para fazer desenhos e pinturas.
A última parada foi meu vilarejo preferido: Lourmarin. Talvez por não estar tão cheio de turistas por ser menos famosa que as comunas anteriores, permitia uma observação mais cuidadosa. Seu château (séc. XV - XVI) era uma beleza e é possível passear por seus jardins sem pagar. É possível entrar no castelo também, mas meu tempo era muito corrido.
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